“A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.”
-- John Kennedy --

27 de junho de 2020

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by: Leandro Figueiredo

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Tags: mercado de educação

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Categories: Mercado de Educação

Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança

Assim como em outras áreas, o mercado de educação no Brasil está passando por uma série de transformações.

Por todo o país instituições de ensino de todos os tamanhos estão estagnadas, sendo vendidas ou, no pior cenário, fechando as portas por falta de recursos financeiros.

Segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), entre 2013 e 2015, depois de um período de crescimento no setor, somente no município do Rio de Janeiro, 218 escolas privadas fecharam as portas.

É o caso, por exemplo, de escolas tradicionais da Zona Norte do Rio de Janeiro como: o Instituto Arte e Instrução, em Cascadura; do Colégio Nossa Senhora da Piedade, na Piedade; e dos colégios da Gama Filho, na Piedade, e da UniverCidade, em Vaz Lobo.

Nesses exemplos o empobrecimento da região aliado à concorrência de grandes grupos foram apontados como os principais fatores do fechamento das dessas instituições.

Basta uma pesquisa no Google por “colégio fecha as portas” para averiguarmos a quantidade enorme de escolas que deixaram de existir que nos últimos anos.

Essas e outras transformações se devem a uma série de fatores, dentre os quais se destacam:

Aumento da concorrência

Apesar do fechamento de muitas escolas nos últimos anos, o mercado de educação básica está cada vez mais concorrido e competitivo.

É possível perceber que até as instituições de ensino de pequeno porte estão competindo com grandes grupos de ensino.

Em tempos de crise econômica como a que o Brasil enfrenta atualmente, o cenário de disputa pode se acirrar ainda mais.

Uma pesquisa recente apontou que 54,4% dos empresários entrevistados sentiram aumento na concorrência desde o início da recessão econômica. Na mesma pesquisa, 25,3% dos microempreendedores afirmaram ter havido redução na disputa por mercado consumidor. Os demais entrevistados disseram que a chegada da crise foi indiferente.

Em síntese, o aumento da concorrência está levando as empresas a trabalharem, a cada dia, com uma menor margem de lucro e uma melhor gestão de seus custos.

Entrada de grandes players no mercado de educação básica

Estamos experimentando no mercado de educação básica algo muito semelhante com o vivido na educação superior: fusões e aquisições.

Notícias como “Conglomerados do ensino superior avançam sobre a educação básica” e “Setor de educação básica entra no radar dos investidores” estamparam jornais e revistas nos últimos anos.

Por exemplo, em agosto de 2017, a gestora norte-americana de private equity, Warburg Pincus, adquiriu participação na Eleva Educação, que possui aproximadamente de 52 mil alunos no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Segundo os gestores desses grandes grupos de investimento, “o mercado de educação básica no país oferece grandes oportunidades. Entretanto, é bastante fragmentado e possui pouco profissionalizado em gestão”.

Em resumo, a entrada de grandes players na educação básica faz com que escolas de pequeno e médio porte passem a competir com grandes corporações que possuem gestão profissional e melhores práticas administrativas, financeiras e pedagógicas.

Crise econômica

A economia brasileira passou nos últimos anos por uma série de mudanças, saindo de uma fase de crescimento para uma profunda recessão. Somente em 2015 a economia encolheu 3,8% e em 2016, 3,6%.

Desde que as famílias brasileiras começaram a sentir os efeitos da crise, ficou mais difícil para os responsáveis manter os filhos em escolas privadas.

Segundo a Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), as instituições particulares perderam entre 10% e 12% das matrículas em 2016, por causa, principalmente, das dificuldades econômicas.

Em resumo, com resultado do desequilíbrio econômico as instituições de ensino estão sofrendo aumento da inadimplência, evasão escolar e migração de alunos de escolas privadas para públicas, dentre outros problemas.

Dinâmica demográfica

Outro fator que impacta de forma significativa o mercado de educação básica no Brasil é a dinâmica demográfica.

A população foco do ensino básico atingiu o seu valor máximo em 1995 com 67,5 milhões de jovens, desde então a quantidade só reduz. Estima-se que até 2050, teremos 48,9 milhões de jovens em idade escolar.

Novo cliente: mais informado, mais exigente e mais consciente

Na era da informação os clientes estão cada vez mais atentos e com expectativas cada vez maiores em relação a qualidade de produtos e serviços.

O acesso à informação, as redes sociais, o relacionamento mais próximo entre marca e cliente e o aumento da concorrência aumentaram o poder de barganha do consumidor. Além disso, o cliente sabe que exerce influência na construção da reputação das marcas, por meio da divulgação de suas experiências nas redes sociais.

Essas e outras mudanças colocaram diante de donos e gestores de instituições de ensino um grande desafio, que se não for vencido, pode levá-los para uma jornada rumo a falência.